terça-feira, 25 de novembro de 2008

Guia de Turismo

Esse profissional é o que te mais contato com o turista. Ele recebe o turista no aeroporto, leva até o hotel, vende os passeios e acompanha o turista prestando-lhe auxilio e dando as inforamaçoes pertinetes. Um bom guia de turismo deve ser simpático, bem inforamdo, ter raciocionio rápido e muito jogo de cintura. Num destino como Foz do Iguaçu o guia deve ter muito conhecimento sobre história e geografia da região assim como ter muitas informações sobre todos os aspectos do parque nacional do Iguaçu (flora e fauna e informações sobre as cataratas) assim como sobre a Itaipu Binacional. Para sobreviver ele deve saber vender os passeios e falar com fluencia o máximo de idiomas possivel.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Guia Do Turista Verde







Fernando de noronha


Ainda que muitos possam ver em Noronha o nosso pedacinho de Caribe, as autoridades, os ecologistas e os mergulhadorem vêem em Noronha como Parque Nacional Marinho como ele é. E isso faz de Noronha um destino "eco", mesmo sem muitas atividades, afora mergulhar e assistir a palestras de ecologistas e biólogos. A visita ao aquário natural da Praia da Atalaia agora é limitada a quem chegue a pé. Podem se avistar golfinhos de manhã cedo e proóximo a tartarugas na Praia do Sueste (com os monitores do Tamar) A grande ameaça ao equilibrio da ilha está na estrada de Noronha, na rota dos cruzeiros. A liberação de pousadas de charme até hoje não foi bem recebida pela população local. Mas a chegada do conforto e do charme fez bem a ilha, que aos poucos vai perdendo o ar militar de outros tempos.


Bonito (foto a direita)

O lugar parece ser o destino-modelo para o novo ecoturismo voltado a turistas convencionais. Além da relativa dificuldade de acesso,, Bonito se beneficia do fato de suas maiores atraçoes - os rios transparentes onde se faz a "flutuação" para ver os peixinhos - estarem dentro de propriedades particulares. Tudo é muito organizado e fiscalizado; há limites de visitantes por dia em cada atração, oque ajuda a evitar a degradação excessiva.


Lençóis Maranhenses

Destino Sui generis em todos os aspectos. Primeiro por ser uma paisagem única no mundo: não há um "deserto de lagoas" como ali. E, depois porque saiu da total obscuridade direta para os anuncios de viagens dos jornais de domingo. Trata-se do ecoturismo para todos, mas há algun controle - pelo menos o acesso ao Parque Nacional é restrito a guias credenciados. Barreirinhas é onde se hospeda o grosso dos visitantes e sobretudo os que passam os três dias (e duas noites) regulamentares dos pacotes mais em conta. Quem quer se aventurar vai a Santo Amaro do Maranhão ou se embrenha pelo interior do parque, até Queimada dos Britos. Muitos continuam dos lençóis ao Delta do Paraniba, Piaui e Jericoacoara, Ceará. O roteiro no sentido contrário também é interessante.


Pantanal


Outro sitema único no mundo, o Pantanal ainda não "pegou" como deveria entre os brasileiros. Brasucas só se lembram do Pantanal para pescar. Como lugar do ecoturismo é um lugar "sério": as atividades mais interessantes são observação de aves, cavalgadas e safari fotográfico. Não é mole competir com os peixinhos de Bonito. Os gringos, porém babam.


Foz do Iguaçu

Também faz parte do time dos amados pelos gringos e renegados pelos Brazucas. Vamos a Foz pelos motivos "errados" - ir aos cassinos do outro lado da fronteira, trazer muamba do Paraguai e visitar a Itaipu. Mas as Cataratas são as mais bonitas do mundo (infinitamente mais que as do Niágara, que muito brasileiro metido dá um jeito de visitar). Só quem pode competir são as Victória Falls na Zâmbia. Não se deve negligenciar o lado argentino; o lado brasileiro tem a melhor vista das quedas, mas o argentino proporciona a experiência mais emocionante, que é de passear num mirante debruçado no alto das Cataratas. (primeira foto acima).
Fonte: Revista Época páginas 84 a 90 nº 547, 27 de outubro de 2008







domingo, 19 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Um pouco de história

Foz do Iguaçu, a Terra das Cataratas
Situada no extremo oeste do estado do Paraná, Foz não deveria se chamar a Terra Das Cataratas mas a Terra Das Maravilhas. Afinal em nenhum outro lugar tem tantos atrativos e tanto potencial em um espaço tão pequeno. Além da natureza exuberante, coroada pelo seu principal atrativo as Cataratas do Iguaçu e tendo em seu território a maior hidrelétrica do mundo, esse é o único0 lugar que faz fronteira fluvial com três países ao mesmo tempo. Vítima do descaminho de mercadorias, lavagem de dinheiro e uma série de problemas sociais, Foz do Iguaçu conserrva uma riqueza histórica e um potencial econômico sem precedentes. Por aqui passou Julio Prestes, Che Guevara, Getulio Vargas, Santos Dumont, Bill Clinton, Lady Dy, Zagallo, Maguila, todas as seleções desde 74 e várias outras celebridades entre atletas, politicos e artistas. Foz do Iguaçu é o terceiro maior parque hoteleiro do Brasil e terceiro destino turistico. Sem falar de mais de 70 etnias que aqui vivem em harmonia.
Nesse artigo vamos embarcar numa viagem pela história do municipio tentando fazer um breve esboço dos seus principais fatos históricos. Vamos começar o nosso passeio falando sobre Alvar Nunez Cabeza de Vaca.
O novo mundo apresentava-se como um terrivel desafio para um aventureiro menos ousado. Mas não para Cabeza de Vaca. Movido por um imenso idealismo de espalhar a fé cristã e conhecer outros lugares não se intimidou diante da herculea tarefa de ser um adelantado (espécie de governador provincial) em uma terra inóspita e desconhecida. Espanhol de Jerez de La Frontera, ele foi designado pela coroa espanhola para ser o vice-adelantado de Assunción, na época capital do império espanhol já que Buenos Aires havia sido destruida pelos indios no século 16. Vindo por Santa Catarina chegou a estas terras e avistou a convergência dos rios Iguaçu e Paraná e ficou encantado com a beleza dos saltos. Na época de Vaca o chamado Marco Das Três Fronteiras não era separado pelos 22 quilometros que a erosão das águas formou. Cabeza de Vaca ficou estupefato com oque viu que a única coisa que saiu da sua ibérica boca foi: Santa Maria! E o lugar que os índios chamavam de Iguassu passou a ser chamado de Salto de Santa Maria até o final do século XIX, quando essa região teve que ser redescoberta pelos militares.
Falando dos militares, eles vieram para construir um forte que barrasse posiveis investidas estrangeiras na região e marcar presença brasileira na fronteira. O sargento José Maria de Brito que participou da comitiva que tinha essa missão escreveu a obra e a descoberta de Foz do Iguaçu na qual descreve brilhantemente o contexto político e histórico da época assim como suas dificuldades. Segundo Brito viviam em 15 de julho de 1889 data da chegada dos militares 324 almas, sendo 212 paraguaios, 95 argentinos, 9 brasileiros, 5 franceses, 2 espanhóis e um inglês. Sem falar dos 63 índios que viviam na região. Aqui chegandoo tenente José Joaquim Firmino, militar de carreira e engenheiro percebeu que havia um intenso cotrabando de erva mate na região. A Ilex Paraguayensis erva nativa do Paraguai era chamada de "ouro verde" na época e era extraida sem nenhuma fiscalização e sem nenhuma contrapartida em forma de impoosto. No inicio os militares tentaram impedir a extração da erva, mas com o tempo percberam a inutilidade da tarefa dada a gigantesca estrutura das obrages. As obrages eram grandes porções de terra para o cultivo e a extração da erva-mate. Seus donos eram chamados de obrageiros. Os obrageiros na sua grande maioria argentinos, alguns trabalhando para a companhias inglesas. Os espertos obrageiros exploravam a mão de obra escrava paraguaia, chamdos de mensus. Os proscritos ervateiros eram escarvos da divida e não podiam fazer nada para acabar com o circulo vicioso que os mantinha presos a ingrata tarefa de colher o mate. Os pobres eram chamados mensus já que teoricamente recberiam salário mensal para executar a árdua tarefa. Os mensus eram recrutados em seu território paraguaios por um empregado que hoje equivaleria a um capataz. Seduzidos pelo antecipo que era antecipação parcial do dinheiro, eram estimulados a gastar a quantia com mulheres e bebidas já que os vapores eram propositalmente atrasados nos portos para que assim os mensus procedessem. Chegando ao local de trabalho sabiam que estavam individados e não poderiam sair sem antes saldar a quantia devida. Como o armazém onde era comprada a comida e demais mantimentos, essas dividas sempre tendiam a aumentar. Eram tratados na base do chicote e da pistola e não podiam criar galinhas ou qualquer outra coisa que ajudasse a saldar suas dividas. Até mesmo a virgindade de suas esposas pertencia a seus patrões. A prima nocte pertencia aos obrageiros. Esse cruel sitema acabou com a passagem da Coluna Prestes na região em 1924. A mais famosa marcha militar da história brasileira começou no Marco Das Fronteiras, do encontro das tropas do Rio Grande do Sul com as de São Paulo. Prestes liderou o movimento que percorreu vinte cinco mil quilômetros em solo brasileiros sem sofrer nenhuma derrota militar acabou pedindo asilo político na Bolivia no ano seguinte por falta de recursos.
Para entender foi o ciclo ervateiro na região devemos voltar ao ano de 1541 quando surgiram as primeiras noticias da erva paraguiaia em solo paranaense segundo Samuel Guimarães da Costa em A ERVA MATE: o ciclo ervateiro foi o mais importante para a economia do Paraná. O mate começou a ser explorado comercialmente na região que se estende de Curitiba a Paranaguá em 1850. Com o fim da Guerra do Paraguai (1865 a 1870), o mercado brasileiro se expandiu até terras paraguaias para aproveitar a demanda da nação guarani. Em 1881 os pioneiros, irmãos Goycochea iniciaram o comercio da erva. Quando os militares aqui chegaram já havia um intenso comercio. Os 34 soldados e mais dois sargentos incluindo Brito foram insuficientes para fiscalizar a gigantesca estrutura que se estendia pelos portos do rio Paraná daqui até Santa Helena. Com a escasses do mate e a concorrência dos argentinos a partir dos anos 40 não só Foz do Iguaçu quanto todo o Paraná passou a se dedicar a extração de madeira até o inicio dos anos setenta quando se inicia o ciclo da Itaipu. Nesse intervalo de 30 anos que separa o ciclo da madeira do ciclo da Itaipu aconteceram alguns fatos relevantes. Um deles é a subida de Vargas ao poder 1930 e com ele uma instensa onda de nacionalismo. Isso levou o então prefeito Otto Mäder a impor a lingua portuguesa como idioma oficial do comércio e a moeda nacional como corrente em solo brasileiro. Não há muitos registros históricos mas acrdita-se na época começaram a surgir as primeiras casas de câmbio para atender essas demandas. Outro fato importante para nossa história foi a criação do Parque Nacional do Iguaçu em 10 de janeiro de 1939 pelo decreto lei 1035. Em sua obra, Parque Nacional do Iguaçu, Caminho Aberto Para A Vida, a eco-jornalista Tereza Urban, descreve o PNI em todas as suas minucias. Desde o plano de menejo, passando pela flora, fauna e história, o Parque é descrito numa linguagem jornalística e de maneira brilhante.
segundo Urban em 1916, Alberto Santos Dumont passou por estas terras e ficou encantado com suas belezas. Iniciou uma campanha junto ao governador do Estado que na época era chamado de Presidente. Em 39 Getulio desapropriou as terras do Coronel argentino Jesus Val e concretizou o sonho do aviador brasileiro.
O Parque Nacional do Iguaçu abriga em seus diferentes ambientes, variada fauna e flora e funciona literalmente como último grande abrigo para as espécies nativas em extinção, cujo habitat esta reduzido aos proprios limites do Parque. Dados gerais coletados por diversos autores estiman que existam no parque cerca de 800 espécies de borboletas, das quais foram identificadas apenas 257 espécies. Das 70 especies de peixes estimados para o Rio Iguaçu forma identificados apenas a metade. entre os anfibios o número pode chegar a 25 e entre os répteis cerca de 40 espécies de serpentes, oito de lagartos e 3 de quelônios. Eentre as aves o numero pode chegar a 240. Para os mamiferos a expectativa é de o número de espécies chegue a 50.
A primeira vez que se cogitou a idéia de criar um parque nacional brasileiro foi em 1876 por sugestão do engenheiro André Rebouças a D. Pedro II a exemplo do primeiro entre os EUA e o Canadá, Yellowstone em 1872.
Se falarmos do PNI, não podemos deixa de menionar seu principal atrativo, o rio Iguaçu e seus famoso 275 saltos. O Iguaçu é totalmente paranaense e nasce em Piraquara, região metropolitana de Curitiba e percorre um caminho de 1250 quilometros até sua foz em nosso municipio para desaguar no Paraná onde e localiza o Marco Das Três Frontteiras e seguir para Buenos Aires onde encontra o rio Uruguai e termina seu percurso no Oceano Atlantico.
O jornalista Jackson Lima nos da informações preciosas sobre em sua obra A Yguassu Secreta:
" O que se chama Cataratas" não é nada mais do que o acidente geográfico facilmente explicado pela geologia - umdos fragmentos da nossa ciência. Segundo esta visão geológica, as " Cataratas" não passam de um afundamento ocorrido na superficie das rochas basalticas que cobrem 734 mil quilometros quadrados da porção brasileira da Bacia (Rio) Paraná corresponde a formação geologica conhecida como "Serra Geral" (no Mercosul a área coberta pelo bassalto é de 1.100.000 m2). As rochas foirma formadas pelo maior evento vulcanogenico registrado no planeta. Não por uma erupção vulcânica mas pela expulsão do magma através de fendas ou fissuras que se abriam na superficie da terra. O magma vomitado das entranhas do planeta, quando em contato com a atmosfera, refriava dando origem a lava que mais tarde se transformaria em pedras. As pedras que vemos são magmas esfriados. O Canion do Rio Iguaçu foi escavado porque as rochas originárias da lava eram mais fracas nessa região. Por isso, após milhares de anos a água causou uma erosão regressiva. Quer dizer a água, de tanto bater, furou a pedra que retrocedeu. " As Cataratas " primitivas deveriam ficar no local onde o Rio Iguaçu e o Paraná encontram-se e que hoje é conhecido como Marco (ou Hito) das Três Fronteiras. Em 20.000 anos elas poderão estar totalmente onde hoje se chama lado argentino. Poderão estar (no que se chama) lado brasileiro ou poderão até secar- se o Rio Iguaçu continuar sendo maltratado (...) a palavra "Cataratas" vem do grego. A raiz da palavra (katarrh), é a mesma da plavra "catarro". A imagem original, por traz desta palavra, era alguma coisa que fluia escorria para baixo. Os gregos só conheceram as Cataratas na África, especificamente as Cataratas do Rio Nilo "catadulpa" é outra palavra grega que serve como alternativa a Cataratas e é usada no hino oficial de Foz do Iguaçu. Diz "catadulpa" surgi na neblina!" As cataratas do Rio Nilo e o povo que vivia na região do rio Nilo eram chamados de "catadulpos" o mespo pode ser dito do povo catadulpo da terra das muitas águas. A origem da palvra " catadulpa" também é interessante. A palavra tenta representar o som de um corpo caindo do alto. Seria mui educativo (sic) escutar a conversa orginal de um grego que retornasse do Nilo tantando explicar a alguem da ilha de Creta, oque é uma grande catarata - "é muita água que escorre pela pedra. É como um grande nariz de onde escorre algumas espécies de liquido. E a água cai la de cima fazendo barulho: catadulpi! como se a gente jogasse o corpo do inimigo".
Os números oficiais dizem que são aproximadamente 275 saltos dependendo da vazão do rio cuja média é de quase 1400 litros cúbicos por segundo. A altura média é de 40 a 80 metros sendo que a Garganta do Diabo é de 150 e a largura deste salto entre Brasil e Argentina é de 700 metros da largura total de 2.250 metros. Outros eventos importantes da época, a intensa emigração européia dos anos 30 até os 50. Graças a essa imigração do Velho Mundo ao Novo, de cada 5 brasileiros 1 é descendente de italianos assim como 40% da população argentina, sem falar dos alemães, poloneses e outras etnias. O Oeste Paranaense recebeu muitos italo e teuto gauchos nessa época. Talvez por isso que alguem disse que a indumentária oficial de Foz do Iguaçu deveria ser a bombacha. Fato que causou muita polêmica num municipio fronteiriço e tão multiétnico e cultural como o nosso. Os colonos europeus que aqui se fixaram se dedicaram a agricultura familiar e a extração de madeira, o ciclo seguinte da região.
Mas oque realmente trouxe desenvolvimento para a região foi a Itaipu. Sob o tacão dos militares a hidrelétrica, construiu escolas, um hospital, centenas de casas, dividindo suas vila por classes sociais e a importância econômica de seus funcionários. Podemos dizer que a classe média da Itaipu, vive na vila A, na B vivem as elites e na C os funcionários do mais baixo escalão (pedreiros, mestres-de-obras, serventes, eletrecistas e outros).
A Itiapu atende a 25% da demanda brasileira e 95% da demanda paraguaia. Possui 20 turbinas gerandio 14 milhões de KW/hora. Simultaneamente a construção da Itaipu Binacional que trouxe gente do mundo inteiro para trabalhar nas obras, foi construido em Ciudad Del Este, na época Puerto Stroesner uma zona franca que atraiu muitos trabalhadores informais. Acredita-se que Foz do Iguaçu seja o municipio que tem o maior numero de favelas no Paraná devido a sua econômia ciclica e instável. Em outras palavras, trabalhadores sem perspectiva ou educação vieram em busca de dinheiro fácil e acabaram em favelas assim que acabaram os ciclos que os mantinham. Hoje Foz do Iguaçu possui aproximadamente 320.000 habitantes, 26 favelas, mais de 300 hotéis, 75 etnias e o terceiro maior parque hoteleiro contando com 26 mil leitos segundo dados da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) Foz do Iguaçu tem mais de 800 guias de turismo credenciados atuando na cidade principalmente na temporada de verão. Ao lado do pantanl mato-grossense e do Rio de Janeiro, temos profissionais mais qualificados e atendemos anulamente quase um milhão de turistas.

domingo, 28 de setembro de 2008

Uma foto da inundação de 2006.
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terça-feira, 23 de setembro de 2008

Especialistas em climatologia concordam que a gravidade dos efeitos antropogênicos - causados pela ação do homem - sobre o aquecimento global depende

Especialistas em climatologia concordam que a gravidade dos efeitos antropogênicos - causados pela ação do homem - sobre o aquecimento global depende grandemente de como as nuvens respondem no sistema climático à pequena tendência de aquecimento causada pelo dióxido de carbono que a humanidade produz.
Para calcular isto, os pesquisadores do clima examinam flutuações naturais nas nuvens e na temperatura, ano a ano, para estimar como as nuvens irão responder à produção humana de gases causadores do efeito estufa.
Inversão entre causa e efeito
Quando os pesquisadores observam alterações naturais nas nuvens e na temperatura, tradicionalmente eles têm assumido que a alteração na temperatura faz com que as nuvens mudem, e não ao contrário.
Na medida que as mudanças nas nuvens realmente fazem a temperatura se alterar, isto pode em última instância levar a superestimativas de quão sensível o clima da Terra é em relação às nossas emissões de gases causadores do efeito estufa.
Esta mistura aparentemente simples entre causa e efeito é a base de um novo artigo que será publicado no periódico científico "Journal of Climate."
Exagero nas estimativas do aquecimento global
O principal autor do artigo, Dr. Roy W. Spencer, pesquisador da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, acredita que o trabalho é o primeiro passo para demonstrar porque os modelos climáticos resultam em um aquecimento global exagerado.
Spencer e seu co-autor, William Braswell, utilizaram um modelo climático simples para demonstrar que algo aparentemente tão inócuo quanto as variações diárias aleatórias na cobertura de nuvens podem causar uma variação anual na temperatura dos oceanos que parece ser - mas não é - um "feedback positivo das nuvens," um processo de ampliação do aquecimento que está presente em todos os principais modelos climáticos.
Validação científica de uma intuição
"Nosso artigo é um passo
importante rumo à validação de uma intuição que muitos meteorologistas, como eu mesmo, vimos tendo ao longo dos anos," diz Spencer. "que o sistema climático é dominado por processos de estabilização, ao invés de processos de desestabilização - ou seja, feedback negativo ao invés de feedback positivo."
O artigo não refuta a teoria de que o aquecimento global está sendo causado pelo homem.
Em vez disso, ele oferece uma explicação alternativa para o que nós vemos no sistema climático, explicação esta que tem o potencial para reduzir grandemente as estimativas do impacto do ser humano sobre o clima da Terra.
Explicação alternativa
"Como as mudanças nas nuvens podem conceitualmente ser causadas por variações climáticas de longo prazo já conhecidas - tais como a Oscilação Decadal do Pacífico, o El Niño e a La Niña - uma parte, ou até mesmo a maior parte, do aquecimento global visto no último século pode ser devido simplesmente a variações naturais no sistema climático," diz Spencer.
Embora os dois revisores do artigo, ambos especialistas em modelos climáticos, tenham concordado que a questão é legítima, Spencer sabe que o novo artigo será controverso, com alguns argumentando que o impacto da inversão entre causa e efeito será pequeno.
"Mas nós não saberemos ao certo até que muito mais pesquisas sejam feitas," diz Spencer.
O que a natureza está tentando nos dizer
"Infelizmente, até agora não conseguimos descobrir uma forma de separar causa e efeito quando observamos a variabilidade climática natural. É por isto que a maioria dos especialistas em clima não gosta de pensar em termos de causalidade e, em vez disso, apenas examina como as nuvens e a temperatura variam juntas."
"Nosso trabalho me convenceu que causa e efeito realmente importam. Se nós tomarmos a causalidade de forma incorreta, isto poderá impactar enormemente nossa interpretação do que a natureza está tentando nos dizer."

Benefícios ambientais do biodiesel são questionados por cientista brasileiro

Ainda é precipitado afirmar que o biodiesel é um combustível mais limpo que o petrodiesel (diesel combustível). "Nas condições brasileiras, o biodiesel é considerado menos poluente em alguns aspectos, e em outros mais. O metanol utilizado como reagente para sua produção pode ser um problema, pois utiliza o gás natural como matéria-prima, que é um combustível não-renovável", revela o engenheiro químico André Moreira de Camargo. Na Escola Politécnica da USP, o engenheiro fez um inventário do ciclo de vida do metanol, álcool usado como reagente no processo de produção do biodiesel.